Considerações sobre o Sarampo

O sarampo é uma doença infecciosa altamente contagiosa causada por um vírus da família Paramyxoviridae. Acredita-se que tenha surgido há mais de mil anos, com registros históricos datados do século IX. A doença era comum em crianças e frequentemente resultava em complicações graves, como pneumonia, encefalite e até mesmo a morte.

Os sintomas iniciais do sarampo são semelhantes aos de diversas doenças respiratórias, o que facilita sua transmissão. A pessoa infectada pode espalhar o vírus desde o início dos sintomas respiratórios até alguns dias após o aparecimento da erupção cutânea. Os principais sintomas incluem:

  • Febre alta: geralmente acima de 38°C;
  • Conjuntivite: olhos vermelhos, irritados e lacrimejantes;
  • Coriza: secreção nasal líquida semelhante ao resfriado;
  • Tosse seca: comum nos estágios iniciais da infecção.

A Situação do Sarampo no Brasil

O Brasil erradicou o sarampo em 2016, registrando zero casos em todo o território nacional. No entanto, a doença voltou a se espalhar a partir de 2018, com surtos significativos, especialmente nos estados do Amazonas e Roraima. Em 2022, casos foram confirmados no Rio de Janeiro, Pará, São Paulo e Amapá, sendo este o estado do último registro.

A principal causa do ressurgimento do sarampo foi a queda na cobertura vacinal, influenciada pela hesitação vacinal e pela desinformação. Como resposta, o Ministério da Saúde intensificou campanhas de vacinação para aumentar a imunização da população, especialmente entre crianças.

Diagnóstico e Vacinação

O diagnóstico do sarampo é baseado na avaliação clínica dos sintomas e exames laboratoriais, sendo fundamental a consulta com um médico. A imunização é a forma mais eficaz de prevenção, com duas vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS):

  • Tríplice viral: protege contra sarampo, caxumba e rubéola;
  • Tetraviral: protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela.

Esquema Vacinal

  • Crianças:
    • Primeira dose aos 12 meses (1 ano);
    • Segunda dose aos 15 meses (dose final para toda a vida).
  • Adultos e idosos:
    • Pessoas entre 1 e 29 anos que receberam apenas uma dose devem completar o esquema vacinal com a segunda dose;
    • Quem já tomou as duas doses não precisa se vacinar novamente;
    • Para pessoas entre 30 e 59 anos, recomenda-se apenas uma dose.

Impactos da Pandemia de COVID-19

A pandemia trouxe desafios adicionais, gerando desconfiança sobre a eficácia das vacinas e dos tratamentos preventivos. A cultura do isolamento também reduziu a busca por serviços de saúde, favorecendo o reaparecimento do sarampo e de outras doenças respiratórias. Hoje, adultos e idosos também estão em risco, especialmente nas estações mais frias do ano, como outono e inverno.

Diante desse cenário, o Ministério da Saúde segue promovendo campanhas de vacinação para proteger principalmente os grupos mais vulneráveis. A imunização coletiva é essencial para a erradicação do sarampo e a segurança da população.

Fonte: Ministério da Saúde
Martha Tinoco Barreto
Mestra em Enfermagem, Vice-coordenadora da Pastoral da Saúde da Diocese de Campos dos Goytacazes/RJ

Imagem: gerado por ChatGPT em 2/3/2025.

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