Tema, utilizado para este encontro, foi sobre a Humanização Hospitalar.
“O profissional de saúde antes mesmo de saber sobre a doença do paciente… Deve procurar primeiro saber o nome do paciente…” (D. Luís Antônio Ricci).
O primeiro palestrante foi Dom Luís Antônio Ricci, pós doutorado em Bioética, que nos falou sobre humanização e bioética, em que a dignidade humana tem que ser reconhecida e não atribuída. Ninguém perde a dignidade… E a primeira dignidade é a vida.
Neste contexto, a bioética oferece ao mundo contemporâneo uma ideia forte de humanização, que diante do “ethos” é o melhor modo de ser e agir. É a ciência da boa conduta, em que se deve escolher os meios para se chegar um determinado fim. E o objetivo da ética é buscar o bem maior e o sujeito da ética é a pessoa humana.
Vários foram os assuntos abordados pelo bispo auxiliar de Niterói: Ética e Saúde; Polaridade subjetiva; Ética aplicada e situada; sociedade líquida em que vivemos, em que, se desfaz facilmente; filosofia holística: olhar integral do ser humano; bioética e mistanásia, dentre outros assuntos…
Ele conclui que, para que o profissional de saúde tenha um olhar humanitário e mais ético/bioético… É preciso criar uma comissão de bioética no próprio hospital/instituição, para que tenha um bom suporte e bom discernimento com a equipe interdisciplinar: médicos, enfermeiros, psicólogos, advogados, teólogos,…
A segunda palestra foi ministrada pela ENFERMEIRA JOCIENE do Hospital Carlos Tortely e Hospital Marcílio Dias e é militar da Marinha, que tem especialização em Enfermagem do Trabalho. Ela nos falou da Interferência do trabalho na saúde do trabalhador. Trabalhou o conceito sobre o trabalho e como dignifica o ser humano, dando dignidade à pessoa humana, sendo que, nem tudo é trabalho… Devo tirar alguns minutos para cuidar da saúde: fazendo uma caminhada, refletindo sobre a vida.”Cuidar de si para cuidar dos outros.”
Falou também sobre o trabalho da mulher, tanto na área profissional, tanto na área do trabalho em casa, que tem sido um desafio…
Usou o termo em latim TRIPALIUM, que era um instrumento de tortura da Idade Média e com o tempo, esta palavra, foi derivando para o trabalho e se tornou algo esgotante… Mas que, não devemos esquecer que o trabalho é produtivo, que dá dignidade para o homem.
Foram muitos os assuntos apontados por Jociene: Feedback, que devemos fazer conosco mesmo, ou seja, uma autoavaliação do que faço no meu dia a dia. E mesmo tendo uma ação rotineira, que me dá um cansaço, mas devo lembrar que faço para transformar o meio onde vivo.
Concluiu a palestra, em que, devemos deixar um legado, como os grandes filósofos, cientistas e artistas, que marcaram na história… diante do trabalho que realizamos. Seja ele:
– Em casa: com os filhos, quando faço aquela comida maravilhosa… e marca no coração dos filhos.
– No trabalho: quando realizo com zelo e determinação, em que deixa muitos frutos na minha empresa.
– Na Igreja: nos projetos de cada dimensão, seja ela na: liturgia, catequese, missão, obras sociais,…
– No mundo: com ações caritativas e altruístas…
Por último, em que deu a palestra, foi o DR WASHINGTON, em que é cardiologista (HUAP), que nos falou da sua experiência com os doentes, em que o tornou mais humano… A sua família lhe ensinou muito diante disso: “Ter um olhar humano”. A Igreja Católica lhe ensinou muito a ter sempre o olhar moral e ético, que o sustenta até hoje.
A PACIENTE QUE IRIA MORRER…
Falar sobre situações difíceis é muito difícil…Já diz o nome, ainda mais mais com um paciente que iria morrer… Ele pediu orientação, para um amigo dele padre, em o que deveria fazer… O seu amigo disse que não precisava, pois ela já sabia, que iria morrer, apenas diga para chamar os seus familiares… Para dar a oportunidade de falar com os seus entes queridos e ter um momento de despedida, de perdão e reconciliação, que necessitasse para aquele momento. Em algumas situações não precisava dizer que a pessoa vai morrer… pois o próprio corpo já está lhe dizendo… A pessoa apenas tinha um mês de vida.
Outro testemunho, que ele nos deu foi de uma pessoa em depressão… Com uma dor emocional tão profunda, que gerou no próprio corpo uma dor física. O filho vendo a novela “Viver a vida”… Disse a mãe que estava doente: “Mãe viver a vida é a palavra…” E através desta palavra começou a dar um ânimo muito… Tomando posse da vida e depois ficou curada.
A PACIENTE ONCOLÓGICA QUE TOCOU PROFUNDAMENTE O CORAÇÃO DO CARDIOLOGISTA
Uma paciente oncológica, em que padre indicou, para que ele possa dar a assistência… E ele sabia, que Deus iria lhe falar muito ao coração, pois estava com um dor de cotovelo, diante de um amor não correspondido. Ele ao vê-la perguntou como se sentia… Ela respondeu: “Como Deus quer doutor”. E com aquele sorriso, que o tocou em sua alma e percebeu, que não sofria em nada em sua vida. De fato, ela foi uma verdadeira cardiologista, que tocou no coração do médico com o coração ferido. Não só tocou nele, mas também, profundamente os médicos do Hospital Universitário Antônio Pedro, segundo doutor Washington Costa…
Por fim, disse que o paciente faz religar a Deus, que são gotas de curas… Largou tudo no Espírito Santo… E queria ser médico… Teve crise de tudo menos de ser médico.
Ele se sentia sozinho… e fim de semana ouviu sobre a Pastoral da Saúde…e foi falado a ele: “Aqui você tem uma família…”
A pastoral da Saúde salvou a sua vida. O trabalho pastoral é um trabalho de gota em gota… Um trabalho diário que envolve luta contínua.
Comentou sobre Santo Antão do século IV, que tinha uma intimidade profunda com Deus, mas Satanás o atormentava… E Jesus aparece e o mal some. Jesus diz a ele: “Só permiti que o diabo lhe tentasse para saber se você realmente é fiel…”
Pastoral da Saúde é experiência pessoal, crescimento espiritual e rezar o terço diariamente e pedindo a Deus que me ilumine… E mesmo com os erros, aprendemos…
E disse ainda: “Eu vejo Jesus Cristo todos os dias… E com a Pastoral da Saúde possa agir com o amor de Cristo, mesmo com apenas cinco minutos, mas que seja essencial para o doente.
AGRADECIMENTOS AO Dr Leonardo Cordeiro de Souza, doutor em ciências médicas pela UFF , que nos acolheu no Hospital Icaraí, juntamente com sua esposa Dra Vanessa Geovú, fisioterapeuta respiratória e Dra Maria Thereza, que é pediatra, que sempre estão dispostos para ajudar a Pastoral da Saúde. Agradecendo também aos coordenadores arquidiocesanos, vicariatos e paroquiais e cada agente da pastoral. Aos membros dos Servos da Alegria, que sempre estão dispostos a servir, e aos profissionais de saúde que tiveram participando do encontro.
Pastoral Arquidiocesana da Saúde de Niterói Assessoria de Imprensa e Comunicação Interna.