Orientações para famílias sobre automutilação e suicídio
FRASES DE ALERTA
– “Tenho vontade de dormir e não acordar mais”;
– “Sou um peso para as outras pessoas”;
– “Estou cansado e sem razão de viver”;
– “Não há mais prazer em se viver”;
– “Tudo seria mais fácil se eu não existisse”;
– “Sou um fracasso”;
– “Essa é a última chance”;
– “Não sou amado ou querido por ninguém”;
– “Eu não estarei aqui no próximo ano”.
Existem alguns sinais que as pessoas em sofrimento emocional costumam transmitir e devem ser observados:
– Publicações das redes sociais com conteúdo negativista ou participação em grupos virtuais que incentivem o suicídio ou outros comportamentos associados;
– Isolamento e distanciamento da família, dos amigos e dos grupos sociais, particularmente importante se a pessoa apresentava uma vida social ativa;
– Atitudes perigosas que que não necessariamente podem estar associadas ao desejo de morte e atitudes para-suicidas (dirigir
perigosamente, beber descontroladamente, brigas constantes, agressividade, impulsividade, etc.);
– Ausência ou abandono de planos para o futuro;
– Forma desinteressada como a pessoa está lidando com algum evento estressor (acidente, desemprego, falência, separação dos pais, morte de alguém querido);
– Despedidas (“acho que no próximo natal não estarei aqui com vocês”, ligações com conotação de despedida, distribuir os bens pessoais);
– Colocar os assuntos em ordem, fazer um testamento, dar ou devolver os bens;
– Queixas contínuas de sintomas como desconforto, angustia, falta de prazer ou sentido de vida e, finalmente;
– Qualquer doença psiquiátrica não tratada (quadros psicóticos, transtornos alimentares e os transtornos afetivos de humor).
Saber conversar ou iniciar um diálogo sobre os sentimentos da pessoa em sofrimento pode não ser tão fácil, mas algumas dicas podem ajudar:
Aproxime-se: Inicie sua conversa com uma aproximação afetuosa, sem cobranças. Nunca diga “Por que você está com essa cara?” “Por que você está assim?”; “Você não tem motivos para isso”;
Dialogue: Entenda que falar de dores e angústias não são uma tarefa fácil. Dialogue sempre calmamente e respeite o tempo do outro. Talvez a abertura para o diálogo só venha depois de várias tentativas carinhosas e pacientes; Converse: Não deixe de tentar conversar assim que perceber o problema, ou seja, não deixe para depois. O tempo será crucial para evitar algo que poderia ser evitável;
Escute: Lembre-se de que sua função será a de “escutar” as angústias do outro. Assim sendo, procure ouvir mais do que falar. Evite fazer
julgamentos, comparações, dar lição de moral ou falar mais do que está ouvindo;
Não julgue: Julgar a experiência da pessoa em sofrimento a partir dos seus parâmetros pode ser contraproducente. É importante compreender a idade e as limitações cognitivas e emocionais do outro, adaptando, inclusive, uma linguagem específica para cada etapa. Lembre-se que cada um sente, em seu próprio corpo, a sua dor pessoal;
Ajude: Seu papel é o de oferecer ajuda e apoio, mesmo que isso signifique apenas e tão somente que você sempre estará ali para ajudar. Não fique cobrando mudanças imediatas, pois isso “não existe” quando a dor é profunda. Preocupe-se, assim, acolher e estar disponível, sempre;
Seja proativo: Ao perceber que o problema é mais sério, não hesite em buscar ajuda profissional. Pesquise, marque a consulta, indique os caminhos possíveis e acompanhe a pessoa, se for possível, para garantir que o tratamento será levado adiante.
FAMÍLIA: LUGAR SEGURO E PROTEGIDO
IMPORTANTE!
Por que o ambiente familiar pode contribuir para a prevenção da automutilação e do suicídio?
Porque é na família que devemos encontrar: Amor – Aproximação – Confiança – Força – Apoio.
Ambiente de respeito mútuo: As ideologias políticas, partidárias e religiosas, assim como as opiniões diversas devem ser respeitadas. Isso será decisivo para um ambiente familiar amigável, seguro e saudável;
Vínculos fortalecidos: Quando o indivíduo está em sofrimento psicoemocional ou por uma situação problema qualquer, é importante que todos da família se empenhem em ajudar. Isso faz com que os vínculos familiares sejam fortalecidos, e mostra ao sujeito em sofrimento que a família lhe oferece um lugar de segurança e que lhe sirva de abrigo, refúgio e apoio;
Comunicação não violenta: Nem sempre a violência é bater ou ferir fisicamente, mas algumas palavras podem machucar muito mais, especialmente quando ditas por pessoas que se amam. Lembre-se: antes de falar qualquer coisa que seja, pergunte-se como se sentiria ao ouvir aquilo;
Ambiente participativo: Na família todos podem ter vez e participar das decisões, inclusive os mais novos ou os mais idosos. Isso possibilita o processo de “sentir-se pertencente àquele grupo”;
Momentos de partilha e escuta: Dedicar tempo para estar com a família, desligar a TV, o celular e outros meios que nos tirem do “presente” e reunir-se para jogar, brincar ou apenas conversar são formas de se criar um ambiente familiar agradável e seguro. Mas fique atento: pode ser o momento que alguém comece a desabafar. Esteja pronto para as tensões e sempre feche esse momento garantindo
que todos estejam bem;
Uso moderado das tecnologias: Caso alguém em sua família apresente algum comportamento que mostre um uso abusivo e perigoso de tecnologias (celular, computador, televisão), esteja atento e observe sua reação ao propor uma parada para os momentos de família. Se a pessoa fica muito inquieta, não consegue ver a hora de tudo acabar para ligar o celular, não consegue interagir, dizendo que tem algo que precisa resolver em seu celular, fique atento! Talvez essa pessoa já esteja precisando de alguma intervenção profissional;
ATENÇÃO: Infelizmente, nem todo mundo possui um ambiente familiar saudável. Em algumas existe violência intrafamiliar e, nesses casos, as famílias devem ser identificadas e encaminhadas para o atendimento psicossocial ou jurídico adequados. Casos de violência contra a mulher, contra crianças, adolescentes, jovens e idosos devem ser denunciados sempre! Disque 100!
ONDE BUSCAR AJUDA PARA PREVENIR O SUICÍDIO?
– CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde).
– UPA 24H, SAMU 192, Pronto Socorro; Hospitais Compartilhe:
Texto e imagens: Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos