Você já ouviu falar em cuidados paliativos? Eles foram definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como ações que consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente e de seus familiares por meio da prevenção e alívio do sofrimento frente a uma doença incurável. Outubro foi instituído como mês dos Cuidados Paliativos, já que o Dia Mundial é celebrado no segundo sábado de outubro, que em 2020 é dia 10. Este ano, o tema escolhido é “Meu cuidado, meu conforto” e o objetivo é conscientizar as pessoas de todo o mundo que esses cuidados têm o objetivo de minimizar os sofrimentos decorrentes de alguma doença ou pelo seu tratamento.
“Ao contrário do que muitos imaginam, os cuidados paliativos não envolvem apenas a terminalidade, pois a assistência deve começar quando o paciente recebe o diagnóstico de uma doença incurável e/ou potencialmente letal”, explica a Dra. Luciane Cristine Oliveira Valdez, médica cooperada da Unimed Curitiba especialista em pediatria com pós-graduação em dor e cuidados paliativos. De acordo com a especialista, os cuidados paliativos podem ser oferecidos a todas as pessoas, sem distinção de idade, e objetivo é evitar o sofrimento desnecessário durante toda a sua vida e garantir que o paciente tenha qualidade de vida.
No Brasil, 54-68% das mortes tem indicação de cuidados paliativos. As doenças cardíacas figuram como a maior necessidade de cuidados paliativos junto ao câncer. No mundo, mais de 40 milhões de pessoas precisam de cuidados paliativos a cada ano. Do total, 39% são acometidos por doenças cardiovasculares, 34% câncer, 10% neuropatias crônicas, 6% HIV e 5% diabetes.
Países como Inglaterra, Estados Unidos e Canadá são referência na área. O Brasil ainda precisa se fortalecer nesta questão. Atualmente, o Conselho Federal de Medicina (CFM) já considera os cuidados paliativos como uma área de atuação e especialidade médica, inclusive com residências em alguns hospitais do país.
A legislação brasileira é muito clara quanto à necessidade do tratamento e dos cuidados frente às doenças e ao sofrimento que elas causam. Todos têm direito a assistência em saúde. O Código Penal brasileiro, revisto em 2010, regulamenta a ortotanásia – processo em que se opta por não submeter um paciente terminal a procedimentos invasivos que adiam sua morte, mas ao mesmo tempo comprometem sua qualidade de vida – diretamente relacionada aos cuidados paliativos. “Ou seja, a ortotanásia preconiza a adoção de procedimentos paliativos, respeita o direito à autonomia do paciente, amenizando o sofrimento e dando-lhe o direito a uma morte digna buscando o seu conforto”, afirma a Dra. Taisa Gonçalves de Resende, médica cooperada da Unimed Curitiba especialista em geriatria.
A data
Como nos outros anos a data da celebração acontece no segundo sábado de outubro, que em 2020 é dia 10. Neste ano, a The Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA), organização internacional não governamental que se concentra no desenvolvimento dos Cuidados Paliativos e Hospices no mundo, definiu “Meu Cuidado. Meu Conforto” como tema para o Dia Mundial de Cuidados Paliativos. O objetivo é chamar a atenção para todas as pessoas que foram afetadas por uma doença que limita a vida, seja pessoalmente ou apoiando um ente querido. E, dessa forma, chamar atenção da sociedade para a necessidade de priorizar políticas e serviços de cuidados paliativos.
Fonte: Paraná Portal
23 de outubro de 2020, 12:21
Unimed Curitiba – Conteúdo de Marca