Desordem sistêmica autoimune, desencadeada pela ingestão de glúten. É caracterizada pela inflamação crônica da mucosa do intestino delgado que pode resultar na atrofia das vilosidades intestinais, com conseqüente má absorção intestinal e suas manifestações clínicas. O glúten é uma proteína que está presente nos seguintes alimentos: trigo, aveia, centeio, cevada e malte.
A doença celíaca ocorre em pessoas com tendência genética à doença. Geralmente aparece na infância, nas crianças com idade entre 1 e 3 anos, mas pode surgir em qualquer idade, inclusive nas pessoas adultas.
Quais são os sinais mais comuns da doença?
Podem variar de pessoa a pessoa, porém os mais comuns são:
• Diarréia crônica (que dura mais do que 30 dias)
• Prisão de ventre;
• Anemia;
• Falta de apetite;
• Vômitos;
• Emagrecimento / obesidade;
• Atraso no crescimento;
• Humor alterado: irritabilidade ou desânimo;
• Distensão abdominal (barriga inchada);
• Dor abdominal;
• Aftas de repetição;
• Osteoporose / osteopenia.
Como a doença celíaca é diagnosticada?
Os exames de sangue são muito utilizados na detecção da doença celíaca. Os exames do anticorpo anti-transglutaminase tecidular (AAT) e do anticorpo anti-endomísio (AAE) são altamente precisos e confiáveis, mas insuficientes para um diagnóstico. A doença celíaca deve ser confirmada encontrando-se certas mudanças nos vilos que revestem a parede do intestino delgado. Para ver essas mudanças, uma amostra de tecido do intestino delgado é colhida através de um procedimento chamado endoscopia com biópsia (Um instrumento flexível como uma sonda é inserido através da boca, passa pela garganta e pelo estômago, e chega ao intestino delgado para obter pequenas amostras de tecido).
Qual é o tratamento?
O único tratamento é uma alimentação sem glúten por toda a vida. A pessoa que tem a doença celíaca nunca poderá consumir alimentos que contenham trigo, aveia, centeio, cevada e malte ou os seus derivados (farinha de trigo, pão, farinha de rosca, macarrão, bolachas, biscoitos, bolos e outros). A doença celíaca pode levar à morte se não for tratada.
O que é dermatite herpetiforme?
É uma variante da doença celíaca, onde a pessoa apresenta pequenas feridas ou bolhas na pele que coçam ( são sempre simetricas, aparecendo principalmente nos ombros, nádegas, cotovelos e joelhos). Também exige uma alimentação sem glúten por toda a vida.
Quais são os alimentos permitidos para quem tem a doença celíaca?
• Cereais: arroz, milho.
• Farinhas: mandioca, arroz, milho, fubá, féculas.
• Gorduras: óleos, margarinas.
• Frutas: todas, ao natural e sucos.
• Laticínios: leite, manteiga, queijos e derivados.
• Hortaliças e leguminosas: folhas, cenoura, tomate, vagem, feijão, soja, grão de bico, ervilha, lentilha, cará, inhame, batata, mandioca e outros).
• Carnes e ovos: aves, suínos, bovinos, caprinos, miúdos, peixes, frutos do mar.
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Cuidados especiais:
Atenção ao rótulo de produtos industrializados em geral. A lei federal nº 10674 , de 2003, determina que todas as empresas que produzem alimentos precisam INFORMAR obrigatoriamente em seus rótulos se aquele produto “CONTÉM GLÚTEN” ou “NÃO CONTÉM GLÚTEN” .
Atenção!
Qualquer quantidade de glúten, por mínima que seja, é prejudicial para o celíaco;
• Leia com atenção todos os rótulos ou embalagens de produtos industrializados e, em caso de dúvida, consulte o fabricante;
• Não use óleos onde foram fritos empanados com farinha de trigo ou farinha de rosca (feita de pão torrado);
• Não engrosse pudins, cremes ou molhos com farinha de trigo;
* Tenha cuidado com temperos e amaciantes de carnes industrializados, pois muitos contém glúten;
• Não utilize as farinhas proibidas para polvilhar assadeiras ou formas.
Importante:
• Na escola, nunca separe a criança celíaca dos demais colegas na hora das refeições;
• O celíaco pode e deve fazer os mesmos exercícios que seus colegas;
• Existem celíacos que são diabéticos. Portanto, sua alimentação não deve conter glúten e nem açúcar;
• Existem celíacos que têm intolerância à lactose. Portanto, sua alimentação não deve conter glúten, nem leite de vaca e seus derivados.
Colaboração:
Eveline Cunha Moura
Assessora em Nutrição da Coordenação Nacional da Pastoral da Criança.
Fonte: FENACELBRA