A Coordenação e a Assessoria Técnico-Cientifica da Pastoral da Saúde Nacional vêm acompanhando as informações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde.
Nas últimas semanas o avanço de casos do coronavírus (COVID-19) pelo mundo foi notícia em todos os veículos de comunicações. No Brasil o número de infectados vem aumentado.
O primeiro passo é buscar as informações corretas, orientações dos órgãos oficiais e não se deixar levar pelas fakenews que se espalham pelas redes sociais.
Ministério da Saúde desmentiu diversos boatos que começaram a circular na internet sobre o coronavírus.
Neste momento o mais importante é manter a calma e ter bom senso. Embora estejamos vivendo uma pandemia, não há motivo para pânico.
A coordenação nacional reafirma aos Coordenadores, Agentes da Pastoral da Saúde e população em geral, especificamente no Brasil, estamos utilizando como referência os Boletins Epidemiológicos divulgados pela Secretaria de Vigilância em Saúde-SVS/MS. Os Boletins são divulgados periodicamente no site do Ministério da Saúde https://www.saude.gov.br/boletins-epidemiologicos – que é uma publicação de caráter técnico-científico, com periodicidade mensal e semanal para os casos de monitoramento e investigação de doenças específicas sazonais.
Ele se configura como instrumento de vigilância para promover a disseminação deinformações relevantes qualificadas, com potencial para contribuir com a orientação de ações em Saúde Pública no país.
Histórico
Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China. Tratava-se de uma nova cepa (tipo) de coronavírus que não havia sido identificada antes em seres humanos.
Uma semana depois, em 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas confirmaram que haviam identificado um novo tipo de coronavírus. Os coronavírus estão por toda parte. Eles são a segunda principal causa de resfriado comum (após rinovírus) e, até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em humanos do que o resfriado comum.
Ao todo, sete coronavírus humanos (HCoVs) já foram identificados: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-COV (que causa síndrome respiratória aguda grave), MERS-COV (que causa síndrome respiratória do Oriente Médio) e o, mais recente, novo coronavírus (que no início foi temporariamente nomeado 2019-nCoV e, em 11 de fevereiro de 2020, recebeu o nome de SARS-CoV-2). Esse novo coronavírus é responsável por causar a doença COVID-19.
A OMS tem trabalhado com autoridades chinesas e especialistas globais desde o dia em que foi informada, para aprender mais sobre o vírus, como ele afeta as pessoas que estão doentes, como podem ser tratadas e o que os países podem fazer para responder.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem prestado apoio técnico aos países das Américas e recomendado manter o sistema de vigilância alerta, preparado para detectar, isolar e cuidar precocemente de pacientes infectados com o novo coronavírus.
Brasil
O Brasil confirmou 98 casos de COVID-19 e anunciou no dia 13 de março de 2020 orientações para evitar a disseminação do novo coronavírus no país. As medidas gerais válidas incluem o reforço da prevenção individual com a etiqueta respiratória (como cobrir a boca com o antebraço ou lenço descartável ao tossir e espirrar), o isolamento domiciliar ou hospitalar de pessoas com sintomas da doença por até 14 dias, além da recomendação para que pacientes com casos leves procurem os postos de saúde. São elas:
Higiene
Os vírus respiratórios se espalham pelo contato, por isso a importância da prática da higiene frequente, a desinfecção de objetos e superfícies tocados com frequência, como celulares, brinquedos, maçanetas, corrimão, são indispensáveis para a proteção contra o vírus. Até mesmo a forma de cumprimentar o outro deve mudar, evitando abraços, apertos de mãos e beijos no rosto. Essas são as maneiras mais importantes pelas quais as pessoas podem proteger a si e sua família de doenças respiratórias, incluindo o coronavírus.
Serviços públicos e privados
Para os serviços públicos e privados, é indicado que disponibilizem locais para que os trabalhadores lavem as mãos com frequência, álcool em gel 70% e toalhas de papel descartáveis.
Aglomeração de pessoas
Para áreas com transmissão local da doença, é recomendado que idosos e doentes crônicos evitem contato social como idas ao cinema, shoppings, viagens e locais com aglomeração de pessoas.
Viajantes
Para pessoas que fizeram viagens internacionais é indicado o isolamento domiciliar voluntário por sete dias, a partir da data de desembarque no Brasil. Caso apresente febre e tosse ou dificuldade para respirar é necessário procurar um posto de saúde. Há ainda o telefone 136, em caso de dúvidas.
Grandes eventos
O Ministério da Saúde do Brasil recomenda o cancelamento ou adiamento de grandes eventos, se houver tempo hábil. Se não for possível, recomenda-se que o evento seja realizado sem público. É recomendada a transmissão virtual do evento, além de mudança da estrutura de área fechada para aberta. Os planejadores de eventos precisam considerar o surto de COVID-19 em seu planejamento de eventos.
Áreas com transmissão comunitária
Para áreas com transmissão comunitária/sustentada é recomendada a redução de deslocamentos para o trabalho. O Ministério da Saúde incentiva que reuniões sejam realizadas virtualmente, que viagens não essenciais (avaliadas pela empresa) sejam adiadas/canceladas e que, quando possível, realizar o trabalho de casa (home office). Adotar horários alternativos para evitar períodos de pico também é uma das medidas recomendadas aos estados brasileiros.
Para as instituições de ensino, é recomendado o planejamento de antecipação de férias, procurando reduzir prejuízos no calendário escolar, inclusive com a possibilidade de utilizar o ensino à distância. Poderá ser declarada quarentena quando o país atingir 80% da ocupação dos leitos de UTI, disponíveis para o atendimento à doença. A ocupação é definida pelo gestor local. As medidas também se estendem às pessoas para a diminuição da propagação do coronavírus. Cada um é responsável por ações para se manter saudável e impedir a transmissão da doença.
Durante a temporada de gripes e resfriados, as pessoas devem permanecer em casa se estiverem doentes.
Cenário de alta transmissão
No caso de um novo cenário, em que a transmissão estiver alta, a mudança de comportamento e rotina será imprescindível no enfrentamento do coronavírus. Nesse sentido, adotar horários alternativos para evitar aglomeração de pessoas é uma das recomendações, como fazer as compras e utilizar o transporte público, por exemplo, fora do horário de pico. Quanto à frequência nas academias, a orientação é de optar por se exercitar ao ar livre em vez de fazer aulas de ginástica em locais fechados.
As pessoas devem se planejar para compra de suprimentos, a fim de tê-los a mão caso fique doente ou cuidando de alguém da família enfermo. Com isso não haverá necessidade de sair de casa até a pronta recuperação. Tudo isso deve ser feito de maneira racional, evitando compra exagerada e desnecessária.
Para idosos, doentes crônicos e pessoas com outras condições especiais, como tratamento de câncer, transplantados, doente renais, a recomendação é conversar com o médico para que as receitas de medicamentos sejam renovadas e, se possível, dadas por um tempo maior. A medida é para evitar a necessidade de ir à farmácia do posto de saúde ou do bairro no período de maior circulação de vírus respiratórios (influenza, por exemplo).
Caso a pessoa contraia o coronavírus, apenas o médico pode aconselhar se o atendimento hospitalar for mais apropriado. No entanto, se for cuidador da pessoa com coronavírus, a recomendação é consultar as orientações para profissionais de saúde ao cuidar de alguém com COVID-19 em ambiente hospitalar.
CASOS NOTIFICADOS SEGUNDO O MINISTÉRIO DA SAÚDE |
|||||||
Unidade da Federação |
Suspeito |
Confirmado |
Descartado |
Total |
|||
Casos |
% |
Casos |
% |
Casos |
% |
Casos |
|
Rondônia (RO) |
2 |
66,67 |
0 |
0,00 |
1 |
33,33 |
3 |
Acre (AC) |
3 |
100,00 |
0 |
0,00 |
0 |
0,00 |
3 |
Amazonas (AM) |
1 |
12,50 |
0 |
0,00 |
7 |
87,50 |
8 |
Pará (PA) |
1 |
4,76 |
0 |
0,00 |
20 |
95,24 |
21 |
Tocantins (TO) |
2 |
100,00 |
0 |
0,00 |
0 |
0,00 |
2 |
Norte |
9 |
24,32 |
0 |
0,00 |
28 |
75,68 |
37 |
Maranhão (MA) |
6 |
75,00 |
0 |
0,00 |
2 |
25,00 |
8 |
Piauí (PI) |
1 |
33,33 |
0 |
0,00 |
2 |
66,67 |
3 |
Ceará (CE) |
22 |
27,16 |
0 |
0,00 |
59 |
72,84 |
81 |
Rio Grande do Norte (RN) |
12 |
42,86 |
1 |
3,57 |
15 |
53,57 |
28 |
Paraíba (PB) |
16 |
72,73 |
0 |
0,00 |
6 |
27,27 |
22 |
Pernambuco (PE) |
18 |
41,86 |
2 |
4,65 |
23 |
53,49 |
43 |
Alagoas (AL) |
6 |
42,86 |
1 |
7,14 |
7 |
50,00 |
14 |
Sergipe (SE) |
2 |
40,00 |
0 |
0,00 |
3 |
60,00 |
5 |
Bahia (BA) * |
65 |
63,11 |
2 |
1,94 |
36 |
34,95 |
103 |
Nordeste |
148 |
48,21 |
6 |
1,95 |
153 |
49,84 |
307 |
Minas Gerais (MG) |
116 |
60,73 |
2 |
1,05 |
73 |
38,22 |
191 |
Espírito Santo (ES) |
51 |
69,86 |
1 |
1,37 |
21 |
28,77 |
73 |
Rio de Janeiro (RJ) *1 |
76 |
31,80 |
16 |
6,69 |
147 |
61,51 |
239 |
São Paulo (SP) *2 |
753 |
56,28 |
56 |
4,19 |
529 |
39,54 |
1.338 |
Sudeste |
996 |
54,10 |
75 |
4,07 |
770 |
41,83 |
1.841 |
Paraná (PR) |
72 |
64,29 |
6 |
5,36 |
34 |
30,36 |
112 |
Santa Catarina (SC) |
77 |
68,14 |
2 |
1,77 |
34 |
30,09 |
113 |
Rio Grande do Sul (RS) |
81 |
28,13 |
4 |
1,39 |
203 |
70,49 |
288 |
Sul |
230 |
44,83 |
12 |
2,34 |
271 |
52,83 |
513 |
Mato Grosso do Sul (MS) |
15 |
48,39 |
0 |
0,00 |
16 |
51,61 |
31 |
Mato Grosso (MT) |
6 |
46,15 |
0 |
0,00 |
7 |
53,85 |
13 |
Goiás (GO) |
6 |
10,91 |
3 |
5,45 |
46 |
83,64 |
55 |
Distrito Federal (DF) |
75 |
57,69 |
2 |
1,54 |
53 |
40,77 |
130 |
Centro-Oeste |
102 |
44,54 |
5 |
2,18 |
122 |
53,28 |
229 |
Brasil |
1.485 |
50,73 |
98 |
3,35 |
1.344 |
45,92 |
2.927 |
* casos confirmados com transmissão local |
Fonte: Ministério da Saúde
Dados atualizados em 13/03/2020 às 15:45
CNBB
Em função do avanço do COVID-19 e em sintonia com as orientações do Ministério da Saúde, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) informa que está acompanhando, atentamente, o cenário de avanço do coronavírus no país e as orientações sanitárias das autoridades médicas e governos. É importante destacar ainda que a entidade não indica normas para as dioceses, ou seja, cada local deve observar sua realidade e indicar as providências necessárias.
Cabe, portanto, aos bispos locais orientarem seus diocesanos a observarem as regras de higiene compatíveis com o momento, o que vem acontecendo desde a divulgação da chegada do vírus no país. A grande maioria das dioceses está adotando três medidas básicas em comum para evitar a propagação da doença: não realizar o “abraço da paz”, evitar segurar nas mãos na oração do Pai Nosso e orientar os fiéis a receberem a hóstia na mão na hora da comunhão.
A Pastoral da Saúde comprometida com toda a ação do povo de Deus em acolher, promover, cuidar, educar, defender e celebrar a vida humana vem chamar o Povo de Deus para que continuemos unidos no combate à disseminação do COVID-19 (coronavírus), uma ameaça à saúde, principalmente às pessoas mais vulneráveis: idosos e enfermos.
O coordenador da Pastoral da Saúde Nacional, Alex Motta, recomenda que os agentes da pastoral da saúde e a população em geral mantenham seus planos de vacinação rigorosamente em dia e redobrem a atenção nas ações preventivas tais como:
- Lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabão, usar álcool gel;
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas;
- Ficar em casa quando estiver doente;
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo;
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com frequência.
· Fonte: Ministério da Saúde
Dados atualizados em 13/03/2020 às 15:45
Quanto aos serviços desenvolvidos pela pastoral da saúde é de suma importância que cada Coordenação Regional-CNBB, Arquidiocesana e Diocesana,avalie e considereos decretos de Emergência Sanitária dos Governos das Federações (Nacional, Estaduais e Municipais)para tomarem as decisões necessárias quanto às atividades da pastoral.
A recomendação de Dom Roberto Ferrería Paz, bispo de Campos (RJ) e referencial da Pastoral da Saúde Nacional– CNBB, é primeiramente trabalhar a prevenção e divulgar, o máximo possível, informações importantes nas cartilhas da saúde sobre este vírus e as modalidades de contágio.
Dom Roberto ressalta ainda que é de extrema importância tratar de manter a informação sobre o vírus com objetividade científica e a seriedade dos dados para evitar pânico e surtos de irracionalidade. “Sobretudo a solidariedade com as comunidades que estão padecendo ou podem estar mais expostas. Além disso, colaborar com a vigilância sanitária e estar sempre atualizado, assim poderão correr na frente e neutralizar os riscos deste vírus para a nossa população, especialmente os mais vulneráveis”.
Fontes: OMS/MS/CNBB/SVS/VOOPTER