Pastoral da Saúde participa da missa e caminhada em defesa do SUS

Pastoral da Aids da Arquidiocese de Niterói RJ – Regional leste I, realiza missa em defesa do SUS.

Centenas de fiéis participaram da Caminhada Arquidiocesana em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), na manhã deste sábado (13), no Centro de Niterói. A iniciativa foi promovida pela Pastoral da Aids da Arquidiocese de Niterói, com o objetivo de reivindicar melhorias nas políticas de saúde pública a fim de garantir o atendimento eficaz dos pacientes em todas as unidades hospitalares da cidade.

Antes da caminhada, os fiéis se reuniram na Capela São João Paulo II, localizada atrás do terminal Rodoviário João Goulart, onde aconteceu a Santa Missa. Durante a celebração, o Dom Roberto Ferrería Paz – bispo referencial da Pastoral da Saúde Nacional – CNBB, reforçou a importância da luta cristã em prol da permanência dos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde.

“Vivemos uma época de retrocessos nas políticas públicas e não podemos nos calar diante a retirada dos direitos básicos dos cidadãos. O SUS foi instituído no Brasil, em 1988, em meio a lutas e para que o sistema permaneça é fundamental que a comunidade se una e reivindique a transparência da gestão desse serviço. É preciso transformar a rede de saúde em um sistema democrático, evoluindo tanto na oferta do atendimento, quanto na melhoria das condições de trabalho dos profissionais”.

Dom Ricci acentuou a questão da mistanasia (morte social, cotidiana e evitável) presente em nossa sociedade que é a negligência do governo, instituições ou pessoais com os mais pobres que acabam morrendo nos corredores dos hospitais sem a devida assistência médica.   Este tema ele apresenta muito bem em seu livro: Morte Social: Mistanásia e Bioética que é o resultado de seus estudos de seu pós doutorado em bioética.

“Lutar pelo SUS é lutar contra a morte social,  a mistanásia (morte social que poderia ser evitada). Mortes pelo descaso, indiferença,  falta de recursos. Mortes que poderiam ser evitadas se tivéssemos uma sociedade mais justa”, disse Dom Luiz Ricci, bispo auxiliar  de Niterói.

Padre Marcelo José, da arquidiocese de Niterói e Assessor Eclesiástico da Pastoral da Saúde,  no final da missa falou que é preciso ser voz daqueles que não tem voz na sociedade, principalmente o povo que não sabe dos seus direitos.   Ele fez um grito de guerra motivador: “Na raça e na graça”, em que expressa a nossa luta continua para reivindicar os direitos do povo.

“Trabalhos importantes e, muitas vezes, silenciosos,  mas que vão dando esperança e suporte a quem mais precisa. Muito feliz por fazer parte disso! Igreja que amo!”, disse Ana Cláudia, empresária da Maná que participou conosco.

Durante a caminhada, o padre Ricardo Dias, da Arquidiocese de Niterói e Assessor da Pastoral da AIDS, foi conscientizando a população a respeito do SUS.

Várias pastorais sociais estavam presentes: Pastoral da AIDS, da SAÚDE, Carcerária, da Sobriedade, de Rua, Movimentos da Legião de Maria, Servos da Alegria,… E ações sociais civis de Niterói e outros municípios que se uniram com o mesmo ideal.    Estavam presentes outros sacerdotes, diáconos, religiosos, consagrados leigos e leigos que juntaram forças para esta ação.

Com o apoio da NitTrans, a caminhada teve início na Capela São João Paulo II e seguiu pela Avenida Visconde do Rio Branco, no Centro. Uma faixa da via foi bloqueada para facilitar a passagem dos fiéis, que caminharam até a Concha Acústica de Niterói, em São Domingos, onde o percurso foi concluído sob aplausos.

“Como moradora de Niterói e cidadã católica, sinto que tenho a missão de batalhar ao lados dos fiéis pela reestruturação dos serviços da rede pública de saúde. Um dos princípios do cristianismo é o amor ao próximo e é por conta desse sentimento que estamos saindo em defesa dos pacientes que dependemos do sistema para sobreviver.  Hoje, essa caminhada está sendo promovida com uma forte expectativa de mudança, porque desejamos que as próximas gerações tenham acesso ao direito básico, sem sofrer em filas de esperas”, disse a psicóloga Rosane Romão, 55 anos.

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